O GOLPE DO FALSO BOLETO BANCÁRIO: COMO OCORRE E QUAIS SÃO AS MEDIDAS PREVENTIVAS

Saiba como ocorre o golpe do falso boleto bancário, as responsabilidades jurídicas envolvidas e as principais medidas preventivas para evitar ser vítima dessa fraude.

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Como Ocorre o Golpe do Falso Boleto Bancário

O golpe do falso boleto bancário é uma das fraudes mais comuns e prejudiciais enfrentadas pelos consumidores brasileiros. Com a popularização dos pagamentos por boletos, principalmente no comércio eletrônico, muitos fraudadores viram nessa forma de pagamento uma oportunidade para enganar consumidores, gerando prejuízos financeiros significativos. Neste artigo, abordaremos como ocorre o golpe do falso boleto, as responsabilidades envolvidas e, principalmente, as medidas preventivas que os consumidores devem adotar para evitar cair nesse tipo de fraude.

O golpe do falso boleto pode ocorrer de diversas formas, mas em geral, ele envolve a emissão de um documento de pagamento que aparenta ser legítimo, mas que direciona os recursos para a conta de um fraudador, ao invés da instituição ou empresa com a qual o consumidor realizou uma compra ou tem uma obrigação financeira.

Alguns dos principais métodos utilizados pelos golpistas incluem:

  • Alteração do boleto gerado em site oficial: O consumidor gera o boleto diretamente em um site de uma loja ou banco, mas através de um ataque cibernético, como phishing ou malware, os criminosos conseguem interceptar esse documento e alterar as informações da conta bancária de destino. Quando o consumidor faz o pagamento, o valor vai diretamente para a conta do fraudador, ao invés da empresa credora.
  • Envio de boletos falsos via e-mail ou correspondência: Em muitos casos, os criminosos enviam boletos falsos que imitam documentos de cobrança legítimos. Eles podem se passar por instituições financeiras, empresas prestadoras de serviço ou até mesmo órgãos governamentais. O consumidor, por acreditar que se trata de uma cobrança legítima, efetua o pagamento sem perceber a fraude.
  • Falsificação de boletos de prestadoras de serviço: Em casos mais sofisticados, o consumidor pode receber um boleto aparentemente legítimo, de uma empresa conhecida, como uma prestadora de serviço (água, energia, internet, etc.). No entanto, as informações de pagamento foram alteradas para direcionar os recursos ao criminoso.
  • Golpe no comércio eletrônico: O consumidor realiza uma compra em uma loja virtual, mas ao gerar o boleto, os criminosos podem ter alterado as informações de pagamento no sistema da loja ou nos e-mails de confirmação enviados para o comprador.

Consequências Jurídicas para o Consumidor

Do ponto de vista jurídico, as consequências do golpe podem ser sérias. O consumidor que paga um boleto fraudulento não tem a obrigação original quitada, pois o pagamento foi direcionado a um terceiro fraudador. Isso significa que o credor legítimo ainda considerará a dívida pendente e poderá cobrar judicialmente o consumidor, caso ele não regularize a situação.

Entretanto, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) oferece algumas proteções importantes nesse contexto. O artigo 14 do CDC trata da responsabilidade do fornecedor de serviços, incluindo a responsabilidade por falhas na prestação de serviços bancários ou eletrônicos, que possam ter facilitado a fraude. Se houver indícios de que a empresa ou instituição financeira não adotou medidas de segurança adequadas para prevenir o golpe, ela pode ser responsabilizada civilmente.

Por outro lado, os tribunais brasileiros têm adotado um entendimento de que, para a caracterização da responsabilidade do banco ou fornecedor, é necessário que o consumidor demonstre que a fraude foi facilitada por uma falha na segurança oferecida pelo fornecedor de serviços. Em muitos casos, as empresas alegam que o golpe foi resultado da negligência do próprio consumidor, que não adotou as devidas cautelas ao realizar o pagamento.

Medidas Preventivas: Como Evitar o Golpe do Falso Boleto

Embora os golpes envolvendo boletos bancários possam ser sofisticados, existem diversas medidas que os consumidores podem adotar para se proteger. A prevenção é fundamental, já que o ressarcimento em casos de fraude pode ser demorado e incerto.

Aqui estão algumas das principais precauções que os consumidores devem tomar:

  • Verificar o código de barras: Antes de efetuar o pagamento de um boleto, é essencial verificar se o código de barras corresponde aos dados da empresa que emitiu a cobrança. As primeiras três casas do código de barras indicam o banco responsável pela emissão, e os consumidores devem checar se esse banco corresponde ao da empresa credora.
  • Emitir boletos diretamente nos sites oficiais: Sempre que possível, o consumidor deve evitar intermediários no recebimento de boletos e optar por emitir o documento diretamente no site da empresa ou instituição financeira. Isso reduz a chance de interceptação e falsificação do boleto por fraudadores.
  • Verificar informações de pagamento antes de confirmar: É importante conferir cuidadosamente todas as informações de pagamento, incluindo o nome do beneficiário e o valor, antes de concluir a operação.
  • Utilizar aplicativos de bancos para leitura de boletos: Muitos aplicativos bancários oferecem a funcionalidade de leitura automática do código de barras dos boletos. Essa leitura automática pode ajudar a detectar boletos fraudulentos, pois os aplicativos estão programados para identificar irregularidades nos códigos de barras.
  • Atenção aos boletos recebidos por e-mail ou correspondência: Boletos enviados por e-mail ou correio merecem atenção redobrada. O consumidor deve desconfiar de boletos inesperados ou com informações incompletas, e verificar diretamente com a empresa se a cobrança é legítima.
  • Manter o sistema de segurança atualizado: O uso de softwares antivírus e firewalls pode evitar que o consumidor tenha seus dispositivos infectados por malware, que pode alterar boletos ou redirecionar pagamentos.

O Que Fazer Caso o Consumidor Seja Vítima de Golpe

Caso o consumidor perceba que caiu no golpe do falso boleto, algumas medidas imediatas devem ser tomadas:

  • Contatar o banco e a instituição financeira: O consumidor deve entrar em contato imediatamente com seu banco e a empresa credora para informar sobre o golpe. É possível que, se o pagamento ainda não tiver sido processado, o banco consiga interromper a transação.
  • Registrar um boletim de ocorrência: É importante formalizar a denúncia junto às autoridades policiais, registrando um boletim de ocorrência.
  • Guardar todos os comprovantes e comunicações: O consumidor deve reunir todas as evidências, incluindo o boleto fraudulento, comprovantes de pagamento, e-mails trocados e qualquer outra informação que possa ajudar a comprovar o golpe.
  • Buscar orientação jurídica: Se o banco ou a instituição credora se recusar a restituir os valores pagos, o consumidor pode buscar orientação de um advogado especializado em direito do consumidor para ajuizar uma ação de restituição de valores e, se for o caso, de indenização por danos morais.

Conclusão

O golpe do falso boleto bancário é uma realidade preocupante no cenário brasileiro, afetando tanto consumidores quanto empresas. A prevenção, com a adoção de medidas de segurança simples, é a melhor estratégia para evitar cair nesse tipo de fraude. Além disso, é essencial que os consumidores conheçam seus direitos e saibam como proceder caso se tornem vítimas desse golpe, garantindo que tenham acesso à justiça e, se necessário, sejam ressarcidos pelos danos sofridos.

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