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Introdução

A busca e apreensão é um instituto jurídico amplamente utilizado em situações de inadimplência, especialmente em casos de financiamento de veículos e bens móveis. Esse mecanismo permite ao credor retomar a posse do bem que foi dado como garantia no contrato de financiamento, protegendo seu direito de crédito quando o devedor não cumpre com as obrigações pactuadas. A base legal para essa ação no Brasil é fundamentada principalmente no Decreto-Lei nº 911/69, que regula a alienação fiduciária e estipula os procedimentos a serem seguidos. Neste artigo, abordaremos de forma detalhada o conceito, a importância da busca e apreensão, e os aspectos legais que cercam essa prática no ordenamento jurídico brasileiro.

O que é busca e apreensão?

A busca e apreensão é um procedimento judicial que autoriza a retirada forçada de um bem da posse de uma pessoa, para devolvê-lo ao credor, em situações de inadimplência contratual. No contexto de financiamentos com alienação fiduciária, essa ação ocorre quando o devedor deixa de cumprir as parcelas do contrato, permitindo que o credor requeira a apreensão do bem financiado.

Alienação fiduciária e busca e apreensão

A alienação fiduciária é um instrumento que atribui ao credor a posse indireta do bem financiado até que todas as parcelas sejam quitadas. Dessa forma, o devedor permanece com a posse direta do bem, mas a propriedade é transferida para o credor como garantia. Em caso de inadimplência, a ação de busca e apreensão pode ser utilizada para reaver o bem, protegendo o interesse do credor e minimizando o risco de prejuízos financeiros.

Base legal da busca e apreensão

A base legal da busca e apreensão no Brasil está estabelecida no Decreto-Lei nº 911/69, que trata da alienação fiduciária de bens móveis. Esse decreto regulamenta o direito do credor de reaver o bem em caso de inadimplência e estipula as etapas do procedimento judicial. A seguir, exploraremos os principais pontos desse decreto e suas implicações no processo de busca e apreensão.

Decreto-Lei nº 911/69

O Decreto-Lei nº 911/69 foi criado para garantir maior segurança jurídica nos contratos de financiamento com alienação fiduciária. De acordo com o texto legal, em caso de atraso no pagamento das parcelas, o credor pode ingressar com a ação de busca e apreensão após notificar o devedor para regularizar a situação. Se o débito não for quitado, o credor pode requerer judicialmente a retomada do bem.

Artigo 2º do Decreto-Lei nº 911/69

O artigo 2º do decreto dispõe que o credor, em caso de inadimplência do devedor, pode propor a ação de busca e apreensão e requerer a retomada do bem. Esse procedimento deve ser instruído com prova da constituição em mora do devedor, sendo necessário demonstrar que o devedor foi devidamente notificado sobre a inadimplência e teve a oportunidade de regularizar o débito.

Constituição da mora

Um dos requisitos fundamentais para que a ação de busca e apreensão seja válida é a constituição da mora do devedor. Isso significa que o credor deve notificar formalmente o devedor, comunicando-o sobre o atraso e dando-lhe a chance de quitar as parcelas em atraso. Essa notificação pode ser feita por meio de carta registrada ou protesto do título de crédito. Somente após a constituição da mora, o credor poderá ingressar com a ação judicial de busca e apreensão.

Procedimentos da ação de busca e apreensão

A ação de busca e apreensão segue uma série de etapas processuais que visam garantir os direitos de ambas as partes envolvidas, o credor e o devedor. A seguir, detalharemos as principais fases do procedimento.

Fase inicial: propositura da ação

O primeiro passo para a busca e apreensão é a propositura da ação por parte do credor. Esse processo é iniciado no tribunal competente, sendo necessário que o credor apresente a prova de inadimplência e de constituição da mora do devedor. O juiz, ao receber a petição, pode conceder liminarmente a busca e apreensão do bem, sem ouvir previamente o devedor.

Fase de execução da liminar

Após a concessão da liminar, um oficial de justiça é designado para realizar a apreensão do bem. O oficial deve localizar o veículo ou o bem financiado e proceder à sua retirada da posse do devedor. É importante observar que essa apreensão deve ocorrer de forma pacífica, respeitando os direitos do devedor.

Defesa do devedor

O devedor tem o direito de apresentar defesa no processo de busca e apreensão. Ele pode, por exemplo, contestar a validade da constituição da mora ou questionar o valor cobrado pelo credor. Além disso, se o devedor quitar integralmente o débito antes da consolidação da posse em favor do credor, ele poderá reaver o bem apreendido.

Regularização do débito

A legislação também permite que o devedor regularize o débito após a apreensão do bem, caso deseje reaver o veículo. Para isso, ele deve quitar todas as parcelas em atraso, além de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, se aplicáveis. Após o pagamento, o juiz determinará a devolução do bem ao devedor.

Leilão do bem apreendido

Caso o devedor não regularize a situação, o bem apreendido poderá ser levado a leilão público. Os valores obtidos com a venda serão utilizados para quitar o saldo devedor. Caso o valor arrecadado no leilão seja superior ao valor da dívida, o saldo remanescente será devolvido ao devedor.

Direitos do devedor na busca e apreensão

Embora a busca e apreensão seja um procedimento favorável ao credor, o devedor também possui direitos que devem ser respeitados ao longo do processo. Um dos principais direitos é a possibilidade de defesa, onde o devedor pode contestar o procedimento judicial e buscar formas de negociar o débito. Além disso, o devedor tem o direito de ser notificado formalmente antes que qualquer ação judicial seja tomada.

Defesa contra abusos

Em alguns casos, o devedor pode pleitear indenizações por danos morais se houver abuso no procedimento de busca e apreensão, como a realização da apreensão sem notificação prévia ou a execução do procedimento de forma indevida. Nessas situações, a justiça pode responsabilizar o credor e condená-lo ao pagamento de indenizações.

Conclusão

A busca e apreensão é um mecanismo fundamental para garantir o cumprimento de contratos de financiamento com alienação fiduciária, oferecendo proteção ao credor em casos de inadimplência. No entanto, o procedimento deve respeitar os direitos do devedor, sendo necessário seguir rigorosamente as etapas previstas na legislação, como a constituição da mora e a notificação prévia. Para evitar problemas e garantir uma condução adequada do processo, é recomendável contar com a assessoria jurídica especializada da VR Advogados, que pode oferecer todo o suporte necessário tanto para credores quanto para devedores.

Se você tem dúvidas adicionais sobre busca e apreensão ou deseja saber mais sobre como proteger seus direitos, acesse nosso chatbot no site da VR Advogados e converse com um de nossos especialistas.

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